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15 agosto 2012

Suspeita de ser sócia de empresa fantasma rompe silêncio na CPI


BRASÍLIA, 15 Ago (Reuters) - A empresária Roseli Pantoja, levada à CPI do Cachoeira por suspeitas de ser sócia de empresas fantasmas utilizadas pelo grupo do suposto contraventor, quebrou o roteiro de depoentes que preferiram ficar em silêncio na comissão e afirmou nesta quarta-feira que seu nome foi usado indevidamente.
"Eu não trouxe advogado, estou aqui sozinha. O que tenho a dizer a vocês é que meu nome foi usado", disse a empresária. "Eu não tenho nada, não tenho nenhum envolvimento com essa quadrilha. Eu sei somente que meu nome foi usado e estou aqui para esclarecer o que eu puder", acrescentou.
Roseli foi convidada a falar após o ex-presidente do Departamento de Trânsito (Detran) de Goiás, Edivaldo Cardoso de Paula, apontado como possível braço de Cachoeira dentro do governo goiano, anunciar que ficaria em silêncio.
Logo de antemão, a empresária afirmou que seu CPF e a grafia de seu nome não batiam com o que constava no requerimento de convocação. Dados da CPI e da Polícia Federal apontam Rosely Pantoja, com "y", como sócia de empresas que teriam sido utilizadas pela organização. A empresária que compareceu à CPI afirmou que seu nome é escrito com "i" no final.
O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a discrepância indica que o nome de Roseli pode ter sido utilizado para criar um novo CPF, esse sim utilizado para constituir empresas fantasmas destinadas à lavagem de dinheiro.
"Eles pegam nomes, cruzam com outros CPFs dão alguma margem de veracidade na medida em que pegam um nome parecido com uma diferença pequena... uma letra do nome... e põem o endereço que essa pessoa morou. É uma forma de configurar que é uma empresa fantasma da organização criminosa", explicou o relator.
Roseli contou aos integrantes da CPI que assinou uma procuração, no início do ano passado, dando plenos poderes a Gilmar Carvalho Moraes, que à época era seu marido, para abrir uma pequena empresa, uma loja. Moraes também é citado nas investigações como sócio de outra empresa usada no esquema de Cachoeira.
A empresária --que afirmou morar em uma região do entorno de Brasília e possuir pouca renda, o que a impediu de contratar um advogado-- disse desconhecer que a procuração tenha sido usada pelo marido para criar diversas empresas que teriam sido usadas para lavagem de dinheiro, dentre elas a Alberto e Pantoja, que teria recebido recursos da Delta, segundo a Polícia Federal.
Também negou conhecer qualquer integrante do grupo de Cachoeira.
Por outro lado, Roseli afirmou que Moraes usou a procuração para fazer empréstimos e passar cheques sem fundo, o que motivou o fim do casamento de 13 anos.
Questionada, a empresária afirmou ainda ser "possível" que ela tenha assinado algum documento ou papel em branco a pedido de seu ex-marido, que também poderiam ter sido usados para a criação das empresas, segundo suspeitas de integrantes da CPI.
NOVA FASE
O terceiro depoente a comparecer à sessão, Hillner Braga Ananias, que trabalhou como segurança do ex-senador Demóstenes Torres --cujo mandato foi cassado em julho após denúncias de ter usado seu mandato em favor de Cachoeira--, também recorreu ao direito de permanecer calado.
Durante a sessão desta quarta, parlamentares, principalmente da oposição, pressionaram para que a CPI concentre sua investigação na construtora Delta e em empresas às quais ela repassou recursos, afirmando que o depoimento de Roseli reforça a necessidade de investigar as relações entre essas companhias.
"Para mim a CPI está numa fase nova", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). "Essa CPI, para ser séria, tem que dar um próximo passo... tem que avançar nos negócios da Delta em todo o país."
O relator, por outro lado, afirmou que a construtora já é alvo de investigação da CPI, assim como as empresas que estariam envolvidas no esquema.
Estão agendados para o fim deste mês depoimentos que podem ser polêmicos, como o do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish, do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) Luiz Antônio Pagot, e do ex-diretor da Dersa, estatal paulista que administra rodovias, Paulo Vieira de Souza.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
Autor: (Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Extraído de: Reuters Brasil 


Emendas ao projeto do Código Penal poderão ser apresentadas até 5 de setembro


Ao encerrar audiência que debateu com juristas o projeto de reforma do Código Penal ( PLS 236/2012 ), nesta terça-feira (14), o presidente da comissão especial encarregada de analisar a matéria, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), informou que os senadores poderão apresentar emendas ao texto até 5 de setembro.
Antes do debate, indagado se o projeto pode ainda incluir sugestões para penalizar agentes políticos que recorram a contribuições não declaradas para financiar campanhas eleitorais, no mecanismo conhecido como caixa dois, ele esclareceu que essa e qualquer outra contribuição vão depender do registro de emendas.
- Tanto podem ser emendas sobre assuntos ainda não incorporados como para modificar qualquer artigo do texto do projeto - explicou.
A audiência serviu para ouvir integrantes da comissão de juristas que elaborou o anteprojeto da reforma do Código: o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que presidiu os trabalhos; o desembargador José Muiños Piñeiro; e o professor Luiz Flávio Gomes.
Eunício reafirmou no debate que o atual Código envelheceu, não mais refletindo as necessidades de um país moderno, com novos hábitos. Ao mesmo tempo, disse que a sociedade se vê agredida com a escalada da violência e da impunidade. Agora, afirmou, cabe aos senadores encontrar um texto que equilibre a excelência da técnica jurídica e o sentimento popular.
Corrupção
O senador Pedro Taques (PDT-MT), relator da comissão, disse em entrevista ao fim da reunião que pretende defender o enquadramento da corrupção como crime hediondo. O relator lembrou que vem sustentando essa tese há tempo, inclusive por meio de projeto de lei que já tramita na Casa ( PLS 204/2011 ).
No anteprojeto agora convertido no PLS 236/2012, os juristas ampliaram as penas para o crime de corrupção, mas rejeitaram a classificação do delito no rol dos crimes hediondos.
Jorge Viana (PT-AC) afirmou que o Senado tem o dever de agir contra a impunidade e poderá dar sua contribuição ao aprovar o novo Código Penal. Observou ainda que a atual legislação aplica penas de forma desproporcional. Conforme o senador, crimes de homicídio podem receber penas menores do que as aplicadas pela falsificação de batom.
- A vida no Brasil não vale nada. O Brasil não faz guerra com ninguém, mas está na maior guerra do mundo - afirmou.
Ao sugerir que o trabalho da comissão não seja prolongado demais, mas que discuta o suficiente para dar à sociedade a certeza de que não haverá impunidade dos criminosos, Magno Malta (PR-ES) manifestou que o prazo para conclusão dos trabalhos da comissão (4 de outubro) será insuficiente para esgotar o debate.
Malta criticou o projeto da reforma do Código Penal em diversos pontos, inclusive com relação ao tratamento dado às drogas. Pelo projeto, deixará de ser crime portar e até plantar pequena quantidade de droga para consumo pessoal. A seu ver, a proteção penal é um erro e servirá de estímulo ao consumo.
- Sem usuário, não haverá traficante por falta de mercado - afirmou.
O ministro Dipp salientou que a legislação atual já não impõe prisão ao usuário, apenas medidas corretivas. Ele observou que a descriminalização agora sugerida foi a solução adotada por diversos países, inclusive Portugal.
O professor Luiz Flávio Gomes disse que houve redução do consumo nos países onde as drogas passaram a ser encaradas como questão de saúde e inspiraram políticas de tratamento eficazes.
Novas sugestões
A população pode continuar fazendo sugestões ao projeto pelo telefone 0800-612211, pelo endereço eletrônico http://www.senado.gov.br/senado/alosenado/ e pelo twitter @alosenado.
Agência Senado

Extraído de: JurisWay


MAÇONARIA SIMBÓLICA NO BRASIL - OBEDIÊNCIAS E RITOS


AS OBEDIÊNCIAS
A Maçonaria Simbólica no Brasil é composta pelas seguintes Obediências bem conhecidas de todos os Maçons (1):
  • Grande Oriente do Brasil;
  • Grandes Lojas Maçônicas (CMSB);
  • Grandes Orientes Independentes (COMAB).
O Grande Oriente do Brasil foi fundado em 17 de junho de 1822 com a divisão da Loja “Comércio e Artes” em mais duas Lojas: “...União e Tranqüilidade, e Esperança de Nichtheroy – para então formar o Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano, o primeiro nome do Grande Oriente do Brasil (GOB)” (William, 2010). Atualmente é maior Potência Maçônica da América Latina.

As Grandes Lojas foram criadas pela cisão de 1927, articulada por Mário Behring que havia sido reeleito Grão-Mestre do GOB em pleito fraudado, posteriormente anulado. Após algumas disputas internas, Behring renunciou ao cargo do GOB, mas manteve-se como Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do REAA, cargo cumulativo que também era exercido pelo Grão-Mestre do GOB. Ele já havia, em novembro de 1925, registrado os novos estatutos do Supremo Conselho. Em 17 de junho de 1927 reúne secretamente 13 dos 33 Membros Efetivos do Supremo Conselho e declara sua separação do GOB. Emite a Carta Constitutiva Nr 1 para a Grande Loja da Bahia fundada em 22 de maio de 1927, e a seguir para o Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje todos os estados da federação e o Distrito Federal possuem uma Grande Loja.

A COMAB, inicialmente chamada de Colégio dos Grãos-Mestrados, foi criada em 27 de maio de 1973 a partir da cisão dos Grãos-Mestres do Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, que liderou o movimento por meio de seu Grão-Mestre, Irmão Danilo José Fernandes, após contendas eleitorais e políticas, algumas das quais resolvidas pela justiça profana. Entretanto, como nem todas as Lojas desses estados seguiram os Grãos-Mestres dissidentes e permaneceram no GOB, passou-se a ter as três potências em quase todos os estados da federação. Hoje a COMAB se encontra, além dos já citados, nos seguintes estados: Pernambuco, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Alagoas, Piauí, Bahia, Pará, Amapá e Goiás.


OS RITOS
Rito Adonhiramita – Criado a partir da polêmica ritualística em torno de Hiram Habif, teve grande adesão no seu início, mas acabou tendo sua pratica atenuada no mundo, porém permanece sendo bastante executado no Brasil.

Rito Brasileiro – Criado em 1914 pelo Grão-Mestre do GOB, Irmão Lauro Sodré. Passou vários anos “adormecido”, tendo sua implantação definitiva no GOB em 19 de março de 1968 pelo Decreto Nr 2080 assinado pelo Grão-Mestre Álvaro Palmeira. É hoje o segundo Rito mais praticado no Brasil.

Rito de Emulação (York) – Praticado desde a época dos “Antigos de York”, antes da união entre os “Antigos” e os “Modernos” que deu origem a Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717. Hoje é o Rito mais praticado no mundo.

Rito Escocês Antigo e Aceito – Foi criado na França, a partir da década de 1650, pelos nobres escoceses que junto com seus regimentos, e regimentos irlandeses, acompanharam Henriqueta de França ao exílio naquele país, após seu marido, Carlos I – Rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda, ter sido decapitado por ordem de Cromwell, líder da Guerra Civil Inglesa. Porém, só se consolidou na segunda metade do século XVIII com a criação dos Altos Graus.

Rito Francês ou Moderno – Foi criado em 1761 para padronizar diversas práticas ritualísticas maçônicas presentes naquela época na França. Teve rápida expansão na Europa e foi o primeiro Rito adotado pelo GOB quando da sua fundação.

Rito Schroeder – Criado em 1801 por Friedrich Ludwig Schröeder durante a reforma da Maçonaria Alemã, se expandiu rapidamente naquele país, e em outros, por Irmãos em sua maioria de origem germânica. Dos Ritos praticados no Brasil é o único que trabalha apenas nos graus simbólicos.

O sonho utópico de muitos Irmãos é que a Maçonaria fosse dirigida por uma única Potência e quiçá, possuísse um único Rito. Entretanto, a Maçonaria é Universal. Lembrando o significado da palavra UNIVERSO, temos o “UNO DIVERSIFICADO”, mais especificamente, o Uno, Grande Arquiteto do Universo, se manifestando pelas infinitas formas que compõe o Cosmos. Portanto, tão natural quanto a existência das diferentes raças humanas, que são absolutamente iguais em todos os aspectos, é a existência das Potências e a prática dos diferentes Ritos na Maçonaria.

O que importa, verdadeiramente, é a honrosa manutenção dos Tratados de Amizade e Mútuo Reconhecimento, e sua virtuosa ampliação, para que os Irmãos, independentemente de Obediência ou Rito possam exercer o que preconiza o 14º Landmark da Ordem, que garante o “inquestionável direito de visitar e tomar assento em qualquer Loja”, uma vez que estejam Ativos e Regulares, de acordo com os critérios de cada Potência. Assim, teremos uma Maçonaria harmônica e coesa, cumprindo nossos tradicionais ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e preparada para novas conquistas, ou seja, recuperar seu poder estratégico capaz de proporcionar novos avanços ao Brasil, superando os antigos obstáculos colonialistas ainda presentes em nossa sociedade e vencendo os desafios que se apresentam nesse início de milênio.


Luis Arino da Silva, M.'.M.'.
Loja Pioneiros de Brasília 2288 / Loja de Pesquisas Maçônicas do GODF 3994, Brasília - Brasil

 
Notas:
1) 
Existem, ainda, Lojas Distritais diretamente jurisdicionadas pela Grande Loja Unida da Inglaterra: 01 em Minas Gerais, 02 no Rio de Janeiro e 07 em São Paulo, todas praticando o Rito de Emulação.
2) Foi utilizado como exemplo o Distrito Federal por possuir em sítio eletrônico as informações acessíveis das Lojas das três Obediências.
 
BIBLIOGRAFIA

TSE julga licitude de prova obtida por gravação ambiental


Pedido interrompeu o julgamento sobre a validade da gravação ambiental que serviu de base para a representação apresentada contra candidato a prefeito nas eleições de 2008

Fonte | TSE - Quarta Feira, 15 de Agosto de 2012

Pedido de vista da ministra Cármen Lúcia interrompeu nesta terça-feira (14) o julgamento de recurso especial em que o Ministério Público Eleitoral (MPE) pede que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considere lícita gravação ambiental que serviu de base para representação apresentada contra candidato a prefeito do município de Coronel Sapucaia-MS nas eleições de 2008.

Por enquanto, somente o relator do processo, ministro Gilson Dipp, votou. Ele considerou as provas ilegais. Para o ministro, a gravação ambiental como prova no campo eleitoral deve ser “de regra afastada” porque sua natureza conflita com o embate eleitoral.

“Se não pode essa prova ser tida como adequada ao processo eleitoral, como penso que efetivamente não é, pode ser desqualificada como prova porque desborda dos limites estritos do propósito eleitoral e passa a servir como instrumento indireto e ilegal de contrapropaganda partidária”, disse.

No caso do processo, o então candidato a prefeito de Coronel Sapucaia-MS Rudi Paetzold e seu vice foram acusados de captação ilícita de sufrágio com base em imagens feitas por correligionários da coligação adversária, sem o conhecimento deles. O ministro Gilson Dipp explicou que a representação oferecida pelo MPE contém um DVD com gravações que teriam sido feitas com uma câmera oculta, segundo dados do processo. Ele acrescentou que a prova restante contém depoimentos de eleitores, participantes ou não dos eventos filmados, bem como de documentos apreendidos.

O Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul (TRE-MS) julgou a representação eleitoral improcedente ao considerar as gravações ilícitas e avaliar que faltavam provas robustas para demonstrar a participação direta do candidato na compra de votos.

Ele observou que não é mais possível avaliar a consistência da prova documental e testemunhal que o tribunal regional entendeu insuficiente.“Não há como reabrir essa discussão a respeito das provas da suposta captação ilegal de sufrágio com relação aos fatos não objeto das gravações clandestinas. Os fatos não gravados e, portanto, não contaminados pela suposta ilicitude foram considerados incomprovados pelo tribunal local e estão fora do alcance deste recurso especial”, disse.

Com relação às gravações, ele reiterou que são inaceitáveis. “Se não pode essa prova ser tida como adequada ao processo eleitoral, como penso que efetivamente não é, pode ser desqualificada como prova porque desborda dos limites estritos do propósito eleitoral e passa a servir como instrumento indireto e ilegal contrapropaganda partidária.”

Respe 36359


Palavras-chave | gravação ambiental; validade; política; eleições

Código Penal é a lei mais importante depois da Constituição, afirma ministro Dipp


O ministro afirmou que a discussão dos pontos polêmicos não pode prejudicar o andamento do PL do Senado

Fonte | STJ - Quarta Feira, 15 de Agosto de 2012

Por delimitar o poder de intervenção do estado no que há de mais sagrado à pessoa – sua liberdade corporal –, o Código Penal é a lei mais importante de um país depois da Constituição Federal. A afirmação foi feita pelo ministro Gilson Dipp, próximo vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em audiência pública no Senado Federal, nesta terça-feira (14).

O ministro destacou que a discussão de pontos polêmicos não pode prejudicar o andamento do Projeto de Lei do Senado 236/2012, que trata da reforma do Código Penal. Para Dipp, a proposta agora será debatida em seu local próprio, que é a casa dos representantes do povo.

Polêmicas

“A lei deve valer e ser entendida de igual forma pelo empresário da avenida Paulista e pelo ribeirinho da Amazônia. Divergências culturais, sociais e filosóficas precisam ser contempladas. Esses debates ocorreram na comissão de juristas e agora chegam ao Congresso, para discussão pelos legítimos representantes da sociedade”, asseverou o ministro Dipp.

Segundo o ministro, que assume a vice-presidência do STJ em 31 de agosto, o Senado não pode fugir do debate. Para ele, o ativismo judicial, em especial o exercido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), decorre da falta de discussão de certos temas polêmicos pelo parlamento.

Dipp acredita que mais de 80% do Código pode ser aprovado sem maiores divergências. “Isso faz parte do processo de elaboração de leis. Nós teremos um novo Código Penal no ano que vem, as polêmicas não vão prejudicá-lo”, avaliou.

“Não acredito que esses pontos serão excluídos. Podem ser alterados, isso é próprio do parlamento, mas não simplesmente retirados. O código é voltado para o presente e tem os olhos no futuro”, concluiu o ministro.

Defasagem

Segundo Dipp, o Código Penal da década de 40 não traduz mais a hierarquia de valores da sociedade, a vulnerabilidade dos cidadãos ou seus anseios. “O código em vigor está defasado diante da Constituição e de tratados internacionais já internalizados pelo Brasil. O sistema hoje é caótico e desproporcional”, afirmou.

O anteprojeto sistematizou mais de cem leis e 1.700 dispositivos penais, reduzindo as normas incriminadoras para cerca de 800, em um único código. Conforme destaque do desembargador José Muiños Piñeiro, algumas leis vigentes desde o século XIX até hoje não foram nem revogadas nem sujeitas ao crivo de recepção constitucional pelo STF, situação que se pretende corrigir no novo código.

Valorização da vítima

Piñeiro também destacou que o novo Código Penal focou no respeito à vítima dos crimes. “O Código Penal em vigor inclui a vítima apenas como elemento a ser considerado pelo juiz na fixação da pena em favor do réu, de acordo com sua conduta, que pode ensejar o cometimento do crime”, afirmou o desembargador.

“A Constituição traz uma série de direitos do acusado e do condenado, mas a vítima só aparece uma única vez, no final, no artigo que trata da criação de um fundo de compensação pelos danos, que até hoje não foi instituído. O novo Código Penal traz mais respeito para a vítima”, completou.

Entre os exemplos disso, ele citou a fixação de alimentos devidos pelo réu em favor da vítima de certos crimes, o fim do livramento condicional e aumento do prazo para progressão de regime – que em sua opinião dá um tempo minimamente aceitável de pena concreta ao condenado – e o fim do crime continuado em condutas contrárias à vida ou à dignidade sexual.

“Isso impedirá casos como a chacina de Vigário Geral, em que o presidente do júri fixou a pena em 449 anos de reclusão pela prática de 21 homicídios, mas o STF, em habeas corpus, reduziu a condenação para 57 anos em razão da continuidade delitiva”, citou. Hoje, a continuidade obriga que o magistrado considere no máximo três crimes, se praticados em um mesmo contexto.

Legislação de emergência

O penalista Luiz Flávio Gomes apontou que tanto a Organização das Nações Unidas (ONU) quanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) criticaram recentemente a prática latino-americana de aprovar, reiteradamente, leis penais de emergência, que dão uma aparente satisfação à sociedade, mas não resolvem o problema.

Ele destacou a relevância do efeito preventivo da codificação da norma penal.“O Senado precisa fazer um debate adulto e tranquilo diante das polêmicas. É preciso avançar, até onde for possível, nessas questões”, exortou.

Redução da maioridade

Um dos principais questionamentos apresentados pelos senadores aos juristas foi quanto à redução da maioridade penal. Segundo os parlamentares, é uma demanda recorrente da sociedade. Apresentadas pelo relator da comissão especial que analisa o novo código, senador Pedro Taques (PDT-MT), as dúvidas colocadas abordam o caráter pétreo da norma constitucional que impede a submissão de menores de 18 anos às leis penais.

Os juristas explicaram que o tema não foi debatido na comissão por se tratar de matéria constitucional, que não estaria no escopo do mandato que o Senado lhes atribuiu, de tratar da lei ordinária infraconstitucional – o Código Penal e as demais leis criminais. Porém, eles apresentaram suas opiniões pessoais quanto ao tema.

Para o ministro Dipp, a norma constitucional não é cláusula pétrea. “A Constituição Federal é exaustiva, trata de coisas que não deveriam ser matéria constitucional. As cláusulas pétreas são as que dizem respeito ao estado brasileiro, à federação, à forma de governo. Falar de maioridade penal é falar de política criminal”, asseverou o ministro.

Gomes divergiu. Para ele, o artigo que veda o tratamento criminal a menores de 18 anos é cláusula pétrea e, portanto, imutável. “O Supremo já declarou haver cláusula pétrea inclusive em matéria tributária”, ponderou. “Além disso, só 1% dos crimes cometidos no país tem participação de menores”, completou. Ele também alertou a comissão para evitar três tentações: do populismo penal, do fundamentalismo penal e do tratamento das leis por intuição, sem base estatística.

Piñeiro entende que a norma constitucional tem “feição de cláusula pétrea”, mas isso não impede que seja alterada. Ele indicou que a idade média dos presos tem caído ao longo das décadas: de 34 anos nos anos 80 para menos de 27 anos atualmente. Segundo ele, dos 511 mil presos, 134 mil estão na faixa de 18 a 24 anos.

Participação

Além de uma série de audiências públicas, a Comissão Especial do Senado Federal encarregada de apreciar a reforma do Código Penal receberá opiniões da sociedade por canais eletrônicos. O cidadão interessado pode entrar em contato com seus representantes pelo serviço “Alô, Senado” (0800-61-2211) e nos seguintes endereços:

A comissão pretende votar o novo Código Penal até o fim deste ano. O primeiro prazo para emendas parlamentares se encerra em 5 de setembro. Todo o trâmite do projeto, inclusive a íntegra da proposta dos juristas, pode ser acompanhado na página do Senado.

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) preside a Comissão Especial Interna, que tem como relator o senador Pedro Taques e, como vice-presidente, o senador Jorge Viana (PT-AC).


Palavras-chave | reforma; código penal; discussão; polêmica; projeto de lei

11 agosto 2012

Eu sou maçom!

Eu sou maçom!



O carro de um vendedor que viajava pelo interior quebrou e conversando com um fazendeiro de um campo próximo eles descobrem que são "irmãos".

O vendedor está preocupado porque ele tem um compromisso importante na cidade local. "não se preocupe, diz o fazendeiro, você pode usar meu carro. Vou chamar um amigo e mandar consertar o carro enquanto você vai ao seu compromisso."

A lá foi o vendedor, e umas duas horas mais tarde ele voltou, mas infelizmente o carro precisava de uma peça que chegará somente no dia seguinte.

"Sem problemas", diz o fazendeiro, "use meu telefone e reprograme seu primeiro compromisso de amanhã, fique conosco hoje, e providenciaremos para que seu carro esteja pronto logo cedo!"

A esposa do fazendeiro preparou uma jantar maravilhoso e eles tomaram um pouco de malte puro em uma noite agradável. O vendedor dormiu profundamente e quando acordou, lá estava seu carro, consertado e pronto para ir. Após um excelente café da manhã, o vendedor agradeceu a ambos pela hospitalidade.

Quando ele e o fazendeiro caminhavam para seu carro, ele se voltou e perguntou "meu irmão, muito obrigado, mas preciso perguntar, você ajudou-me porque sou Maçom?"

"Não", foi a resposta, "Eu ajudei você porque eu sou maçom."
fonte :http://cidademaconica.blogspot.com.br/2007/07/eu-sou-maom.html